Antes do sistema de patentes ser criado era comum inventores passarem boa parte da vida pesquisando um projeto, apenas para vê-lo copiado em massa por aproveitadores. As patentes protegiam a inovação, determinando um período de exclusividade onde invenções e processos seriam protegidos, permitindo que quem inventou o negócio pudesse lucrar com seu trabalho.
O modelo de patentes não foi criado tendo em vista o mercado de informática, mas se fosse usado corretamente, ainda assim seria eficiente. Um algoritmo de recomendação de filmes, como o do Netflix, vale milhões. Só que a ganância fez com que todo mundo perdesse a mão, e logo passaram a patentear idéias simples, como duplo-clique, ou conceitos genéricos como “compras online”. Hoje é impossível escrever um software sem violar alguma patente idiota.
Isso afeta inovação, prejudica o trabalho do pequeno desenvolvedor e nutre uma indústria de processos onde trolls de patente literalmente chantageiam gente pequena para que paguem proteção ao invés de tentar comprar briga na Justiça.
Agora o Google deu entrada em outra patente dessas, definindo uma série de controles por gentes para o Google Glass.Não entenda mal, as idéias são ótimas, o problema é elas serem patenteáveis.
O conceito é que você comande ações no Google Glass mexendo as mais, assim um gesto de moldura, formando um triângulo, indicará ao Glass que você quer fotografar o que quer que esteja enquadrado em seus dedos.
Um gesto de coração significa que você está dando um like em alguma coisa que está vendo.
Genial, né? É algo como o sistema de notificações do Android ou o Zoom com dois dedos do iPhone, excelentes idéias que todo mundo deveria copiar, em benefício do usuário. Quem teve a idéia primeiro deveria lucrar com o pioneirismo, e só.
Pior, é provável que o Google sequer consiga a patente, pois há o conceito de Prior Art, onde o objeto da patente já existia antes do registro. No caso, havia até um registro. Isso mesmo, um jogador de futebol inglês chamado Gareth Bale, mostrando que é um belo de um mercenário espertalhão e mau caráter, registrou em Março deste ano o gesto de coração.
Bons tempos em que no máximo a gente tinha que aturar idiotas que acreditavam no artigo do Onion onde a Microsoft havia patenteado os números 0 e 1.
Fonte: TI.
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